Benigna Villas Boas

Proposta alternativa à militarização de escolas

 

Proposta alternativa à militarização de escolas

O Distrito Federal já conta com 4 escolas militarizadas ou de gestão compartilhada, como o governo denomina esse projeto. O que motivou essa decisão foram: a violência nas escolas, a evasão escolar e o baixo desempenho dos estudantes. Será que a introdução de policiais militares nas escolas resolve tudo isso? A violência está fora da escola. O que lá vem acontecendo é reflexo de problemas sociais. Por que não reforçar o batalhão escolar? As outras duas justificativas são de ordem pedagógica e de responsabilidade dos sistemas de ensino.

Os pais que aprovam essa medida não são devidamente esclarecidos quanto às suas consequências para as aprendizagens dos seus filhos. Simplesmente são convocados a votar em algo que desconhecem. Não é justo que isso aconteça. Lembremo-nos de que o projeto de militarização de escolas se destina às que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

As instituições que enfrentam a violência, a evasão escolar e o baixo desempenho dos estudantes não precisam da presença de militares para se reerguerem. Em lugar disso, necessitam de apoio técnico e financeiro para se fortalecerem como espaço dinâmico, criativo, colaborativo, de emancipação, de formação dos estudantes para o mundo do trabalho para que os instigue a produzirem conhecimentos, em vez de somente reproduzirem informações. Para isso têm que contar com professores formados para essa realidade.

A avaliação comprometida com as aprendizagens de todos os estudantes e não com resultados é uma grande aliada desse processo. Por isso a preocupação com a elevação do IDEB, como tem sido apregoada, não se justifica. A avaliação institucional participativa ou autoavaliação pela escola, outro nível da avaliação, devidamente praticada, tem grande contribuição a oferecer.

A escola pública que temos ainda não é a que merecem nossas crianças e jovens. A violência que vem ocorrendo em seu interior pode derivar do fato de os estudantes não mais suportarem “celas” de aula em que ficam sentados em fileira, copiando em silêncio e respondendo a perguntas nem sempre desafiadoras. O mundo mudou, mas a escola, não. Insistir no modelo da escola do passado significa a criação de ambiente propício à proliferação de insatisfação e violência, por parte dos estudantes. Também os profissionais da educação são atingidos por esse mal.

Nem na escola do passado se encontravam traços da militarização que vimos observando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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