JC Notícias, 8 de maio de 2025
The Conversation publica artigo de Marcus F. Oliveira, professor titular do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Renato Cordeiro, pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
A inserção da Inteligência Artificial (IA) como componente curricular no ensino fundamental e médio é um passo essencial para o Brasil acompanhar os avanços e desafios do século XXI. Vivemos em uma era em que a tecnologia permeia todos os aspectos da vida – do trabalho à saúde, da educação à comunicação – e a IA assume um papel central nessa transformação.
O mercado de trabalho passa por uma transformação vertiginosa: profissões tradicionais são automatizadas, enquanto novas oportunidades surgem, exigindo competências digitais, criatividade e adaptabilidade. Estudantes expostos à IA desde cedo desenvolvem competências essenciais, como pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração, além de estimular empreendedorismo e inovação para desafios reais de suas comunidades.
No entanto, para que esses benefícios sejam democratizados, é crucial universalizar o acesso ao ensino de IA, tanto em escolas públicas quanto privadas de modo a reduzir as desigualdades sociais e digitais. Caso contrário, o domínio dessa tecnologia ficará restrito a uma minoria, ampliando ainda mais o abismo de oportunidades. Em outras palavras, ensinar IA a todos democratiza o acesso ao conhecimento, preparando alunos para serem protagonistas — e não apenas consumidores — da inovação.
O uso das ferramentas de IA deve ser racional e cuidadoso reconhecendo que estas não são neutras. Ela pode reproduzir vieses, disseminar desinformação ou ser empregada de modo antiético — como vimos recentemente no uso de fake news, inclusive contra as vacinas. Incluir a IA no currículo escolar permite criar um espaço para reflexão sobre ética, privacidade, uso consciente da tecnologia e os impactos sociais da automação, formando cidadãos mais críticos e responsáveis.
Veja o texto na íntegra: The Conversation Brasil