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Publicado em 26/05/2024 por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

A reforma empresarial da educação avança em vários estados brasileiros, entre eles, o Paraná. Destaco a configuração de vouchers que o projeto já tem embutido. As terceirizadas que operarão as escolas do Paraná receberão o equivalente a 800 reais por aluno, além do valor do salário pago ao magistério. Esse valor/estudante é o embrião dos futuros vouchers. A lista de escolas privatizáveis chega a 200.

Com isso, implementa-se o desfinanciamento gradual do sistema escolar estatal e fortalece-se o mercado educacional em direção à extinção do sistema público de educação. Este é o programa da direita libertariana anti-estado: privatizar tudo e eliminar ao máximo o Estado.

A experiência americana indica que este valor, depois de instituído com a desculpa de que é para escola das crianças pobres, evoluirá para um valor que poderá passar a ser dado diretamente aos pais do estudante para que eles “escolham a escola” (pública ou privada) e, no momento seguinte é ampliado para todos os estudantes, pobres ou não, no chamado programa de universalização dos vouchers.

Esta ação visa facilitar o cumprimento do programa libertariano: a) permite maximizar o controle sobre o conteúdo e forma das escolas colocando-as nas mãos de agentes ideologicamente seguros (empresas, incluindo as confessionais ligadas às religiões), maximizando dessa forma o controle ideológico sobre a escola; e b) também permite criar um patamar de operação para as escolas privadas que aumente as margens de lucro e o interesse pela exploração econômica da educação.

A privatização, seja no Paraná em ensaios anteriores ou seja onde foi feita em larga escala como na educação americana e na chilena, não deu certo (veja por exemplo aqui e aqui).

Veja abaixo também em vídeo divulgado pela APP na semana passada mais detalhes sobre o Parana.https://www.youtube.com/embed/OFZ5QC0Q8uo?version=3&rel=1&showsearch=0&showinfo=1&iv_load_policy=1&fs=1&hl=pt-br&autohide=2&wmode=transparent

Como sempre fazem os reformadores, o projeto, se aprovado na Assembléia, vai solicitar referendo das escolas. Mas a politica é clara: primeiro as escolas são desestruturadas pelas políticas incompetentes da Secretaria e em seguida se dá a alternativa de aceitarem em referendo a privatização.

Na primeira tentativa feita no passado o projeto já foi rejeitado pelas escolas, mas os reformadores libertarianos não desistem. Portanto, a luta agora é nas escolas com os professores, gestores, funcionários e estudantes. Deles dependerá o futuro da educação pública no Paraná.

Um resumo sobre os problemas que a privatização gerará pode ser visto neste material feito pela APP Sindicato.

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