JC Notícias, 2 de maio de 2025
Entenda por que falar de bullying nos tempos de hoje não pode ser comparado ao que acontecia há décadas nas escolas
“Você não faz ideia do que é acordar e saber que vai enfrentar tudo de novo na escola.” A frase, dita por um dos jovens retratados na série Adolescência, da Netflix, ecoa com a realidade silenciosa de milhares de estudantes no Brasil. Parece que aos poucos – e aos trancos – temos compreendido que falar de bullying em 2025 não é a mesma coisa que na década de 80 ou 90. Estamos falando de uma violência que se esconde sob risos, piadas e exclusões, mas tem provocado dor, sofrimento emocional e, em casos extremos, mortes evitáveis.
Essa violência praticada por alunos, dentro das escolas, ganhou proporções nunca antes vista com a chegada das plataformas digitais. O que anteriormente se restringia ao campo da escola, hoje extrapola os portões e chega aos grupos de whatsapp, redes sociais e até espaços de jogos online. A violência ganhou um alto-falante. É um megafone que nunca é desligado.
Não à toa, o Governo instituiu o dia de hoje, dia 7 de abril, como Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Além da urgência em falarmos e levar conhecimento sobre o termo e o que significa a prática desta violência entre adolescentes, é preciso pensar em estratégias e políticas públicos para que se promova ambientes de convivência saudáveis dentro das escolas e nas redes sociais.
A recente lei 14.811/24 estabelece medidas de proteção a crianças e adolescentes em estabelecimentos de ensino e atribui ao poder público local a responsabilidade pela elaboração de protocolos de enfrentamento à violência escolar. Esses protocolos devem envolver setores como segurança pública, saúde e comunidade escolar, com ações específicas voltadas a diferentes formas de violência. Entre as diretrizes previstas estão a capacitação continuada do corpo docente, a formação da comunidade escolar e de seu entorno, além do letramento racial e social – fundamental diante dos casos recorrentes de bullying contra pessoas negras e estudantes bolsistas.
Veja o texto na íntegra: Estadão, 07/04/2025
O Estado de S. Paulo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.