Angela Jarabech argumenta em The 74, do dia 15/06/2020, que o ensino a distância é desafiador para estudantes e professores e que, mesmo que ele se desenvolva bem, ambos perdem pela falta de conexões pessoais. O ensino a distância tem solidificado o que já sabíamos, diz ela: escolas não são somente espaços educacionais, mas comunidades crítico-sociais e de aprendizagens emocionais. Não apenas contribuem para o desenvolvimento acadêmico dos estudantes, mas possibilitam que eles e os adultos que ali atuam se conectem e cresçam. Relacionamentos contam muito. Nós, professores, conhecemos o infinito potencial de cada estudante. Contudo, é mais fácil percebê-lo quando podemos vê-los.
Os estudantes também nos oferecem “presentes” intangíveis, porque nos possibilitam auxiliá-los a navegarem não apenas na aprendizagem acadêmica, mas também a lidarem consigo próprios e com os outros, com a própria dúvida, medo, raiva, incerteza e outros sentimentos. Também os ajudamos a se comportarem em grupos, a assumirem responsabilidade e a praticarem a empatia. Por tudo isso, o sucesso deles é a nossa realização.
Quando retornarmos à escola fisicamente, diz Angela, ela, como um todo, terá de atender a muitas e diferentes necessidades, como a de oferecer suporte mental e serviços de saúde.
A escola é o centro da vida dos estudantes, acredita a autora. Nela eles aprendem a conviver. Mesmo que os docentes sejam muito criativos em atividades online, os estudantes não aprenderão, neste formato, a se relacionarem. Por isso, é bom o fato de os professores estarem infelizes. É a reafirmação de que os relacionamentos na escola são críticos e que, quando voltarmos a nos encontrar fisicamente, precisaremos de recomeçar de onde estávamos, afirma Angela.