avaliação

Contribuições do GEPA sobre o processo avaliativo durante a pandemia

 

A avaliação é o componente do trabalho pedagógico presente em todas as situações de aprendizagem. Ela fornece elementos para iniciá-lo, para garantir sua continuidade ou sua reorganização, em atendimento aos objetivos traçados, em função de novos objetivos surgidos durante o processo. Avaliação e objetivos estão sempre entrelaçados.

Todas as decisões do trabalho pedagógico são tomadas com o auxílio da avaliação. Daí sua essencialidade. Não estamos falando da que classifica, por meio de notas e de rótulos impostos aos estudantes e que se interessa apenas pela aprovação e reprovação. Ocupamo-nos da que se compromete com as aprendizagens de todos os estudantes, isto é, da avaliação formativa. Esta é a avaliação para as aprendizagens e não somente das aprendizagens. A palavra “para” indica o movimento característico da avaliação, em busca de avanços. Já a palavra “aprendizagens”, no plural, sinaliza que todas as situações a que os estudantes se expõem, em todos os ambientes escolares, constituem aprendizagem e não somente as decorrentes dos conteúdos curriculares. Se aprendemos em diferentes situações, o mesmo acontece com a avaliação.Continue a ler »Contribuições do GEPA sobre o processo avaliativo durante a pandemia

Incompreensões sobre avaliação se propagam

 

Neste período de pandemia, provocada pelo coronavírus, e de distanciamento social, as pessoas estão em busca de atividades. Algumas delas são a produção de lives e publicações em redes sociais. Dentre as inúmeras às quais tenho tido acesso, li, em uma rede social, um ebook contendo informações/orientações sobre avaliação em tempos de pandemia. Não ficou clara a procedência. Preocupei-me com o que li. Estamos todos fragilizados e informações sobre temas que nos afetam podem nos causar impacto e nos conduzirem a acreditar no que dizem. O intuito do folheto é oferecer orientação sobre modelos e ferramentas de avaliação online para ajudar os professores durante a quarentena.Continue a ler »Incompreensões sobre avaliação se propagam

ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

 

ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – Professora emérita da UnB

Texto publicado em 2006

A organização da escolaridade em ciclos surgiu na década de 60, no Brasil. Elevados índices de reprovação e repetência, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, motivaram a sua implantação, em substituição ao regime seriado. Algumas das experiências pioneiras de adoção de ciclos foram a do Distrito Federal (Fases e Etapas, de 1963 até o final da década de 60), a de São Paulo (Organização por Níveis, de 1968 a 1972); a de Santa Catarina (Sistema de Avanços Progressivos, de 1970 a 1984); e a do Rio de Janeiro (Bloco Único de Alfabetização, de 1979 a 1984). A implantação de ciclos no Brasil sempre esteve vinculada à necessidade de eliminar o fracasso escolar, estreitamente relacionado às práticas avaliativas. Não se pode responsabilizar inteiramente a avaliação por esse fracasso, mas, também, não se pode isentá-la. A avaliação é central no trabalho com ciclos: espera-se que a sua função tradicional de aprovar e reprovar e de atribuir notas seja substituída pela que promova a aprendizagem de alunos e professores e o desenvolvimento da escola. Com esta última função, a avaliação acompanha todo o processo e reorganiza o trabalho pedagógico. Mais uma vez a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal inicia a organização da escolaridade em ciclos. Dentre as medidas para incorporação das crianças de 6 anos de idade ao ensino fundamental, foi implantado em 2005 o Bloco Inicial de Alfabetização – BIA – em Ceilândia (uma das cidades do DF), em 52 escolas. O grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico, cadastrado no CNPq, está conduzindo uma investigação sobre as práticas avaliativas adotadas pelo BIA. Este texto pretende: apresentar e discutir as orientações gerais para a implantação do BIA, no DF, principalmente as que se referem à avaliação; apresentar e analisar as informações já coletadas, destacando-se a construção do projeto interventivo pelas escolas; apontar os desafios postos para a avaliação.Continue a ler »ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

 

ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – Universidade de Brasília/Faculdade de Educação

Texto escrito em 2006

 

A organização da escolaridade em ciclos surgiu na década de 60, no Brasil. Elevados índices de reprovação e repetência, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, motivaram a sua implantação, em substituição ao regime seriado. Constituíram-se experiências pioneiras de adoção de ciclos a do Distrito Federal (Fases e Etapas, de 1963 até o final da década de 60), a de São Paulo (Organização por Níveis, de 1968 a 1972); a de Santa Catarina (Sistema de Avanços Progressivos, de 1970 a 1984); a do Rio de Janeiro (Bloco Único de Alfabetização, de 1979 a 1984). A implantação de ciclos no Brasil sempre esteve vinculada à necessidade de eliminar o fracasso escolar, estreitamente relacionado às práticas avaliativas. Não se pode responsabilizar inteiramente a avaliação por esse fracasso, mas, também, não se pode isentá-la. A avaliação é central no trabalho com ciclos: espera-se que a sua função tradicional de aprovar e reprovar e de atribuir notas seja substituída pela que promova a aprendizagem de alunos e professores e o desenvolvimento da escola. Com esta última função, a avaliação acompanha todo o processo e reorganiza o trabalho pedagógico. Mais uma vez a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal inicia a organização da escolaridade em ciclos. Dentre as medidas para incorporação das crianças de 6 anos de idade ao ensino fundamental, foi implantado em 2005 o Bloco Inicial de Alfabetização – BIA, em Ceilândia, em 52 escolas. O grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico, cadastrado no CNPq, está conduzindo uma investigação sobre as práticas avaliativas adotadas pelo BIA. Este texto pretende: apresentar e discutir as orientações gerais para a implantação do BIA, no DF, principalmente as que se referem à avaliação; apresentar e analisar as informações já coletadas, destacando-se a construção do projeto interventivo pelas escolas; apontar os desafios postos para a avaliação.Continue a ler »ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

Encontro do GEPA

 

Encontro do GEPA

No dia 1º de novembro de 2019 as integrantes do GEPA se reuniram para analisar a 3ª versão do Parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019). Naquela data o documento ainda estava em situação de consulta. A resolução e o parecer, aprovados no dia 07/11/2019, ainda não foram divulgados.

Como a avaliação é uma categoria estratégica do trabalho pedagógico, detivemo-nos nas diretrizes sobre avaliação que, além de receberem atenção mínima do texto, não se coadunam com as fragilidades enfrentadas pela formação inicial de professores. Vejamos.Continue a ler »Encontro do GEPA

A avaliação na terceira versão do parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019)

 

A avaliação na terceira versão do parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019)

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

O parecer acima mencionado, ainda em discussão, estabelece que as competências profissionais docentes são compostas por três dimensões: conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional.

Embora pesquisas, como a de Soares (2014), apontem há algum tempo a fragilidade do tratamento dado à avaliação em cursos de formação de professores, essa categoria do trabalho pedagógico recebe atenção mínima do texto, sendo incluída em seus aspectos técnicos. Vejamos.

Uma das competências específicas do conhecimento profissional, dominar os conteúdos e saber como ensiná-los, assim inclui a avaliação: “Demonstrar conhecimento sobre diferentes formas de avaliar a aprendizagem dos estudantes de maneira diagnóstica, formativa e somativa, de modo que possa aferir resultados de aprendizagem”. A aferição de resultados é a atividade mais importante do processo avaliativo? Avalia-se simplesmente para isso? Com essa redação iniciam-se as referências à avaliação. Continue a ler »A avaliação na terceira versão do parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019)

ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

 

ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

Grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA

06/05/2019

A Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) vem construindo concepção e práticas de avaliação formativa desde 2000. Quatro versões das diretrizes de avaliação foram elaboradas nesse período, sendo que as três últimas tiveram a participação de professores. A quinta versão foi concluída ao final de 2018, mas não foi implementada. Um esforço gigantesco foi empreendido, durante os últimos anos, por meio da formação continuada dos educadores, para ampliação da compreensão dessa função avaliativa.

Contudo, ao final de abril deste ano, as escolas foram surpreendidas por uma proposta de alteração do regimento escolar a elas enviada para oferecimento de sugestões, que entra em conflito com os preceitos da avaliação formativa inseridos nos documentos oficiais da rede pública do DF. Continue a ler »ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A pergunta acima foi feita por uma professora da rede pública de ensino do DF, muito comprometida com o trabalho que desenvolve. Como o DF mantém a organização da escolaridade em ciclos há algum tempo e suas escolas receberam documentos orientadores da sua implementação, fui consultá-los para entender a razão da pergunta da professora. Não encontrei a resposta para sua dúvida. Fiquei preocupada. Ela deveria constar das orientações. Tento aqui refletir sobre o tema.

Os dados numéricos do desempenho dos estudantes, advindos de vários formatos, como provas, não “provam” por si sós que a organização da escolaridade em ciclos é melhor do que a seriação, assim como aprovação não é um indicador de que eles são os salvadores da pátria. Dados são importantes, mas não suficientes. É responsabilidade da escola acompanhar as aprendizagens de cada estudante e obter informações seguras de que ele aprendeu o necessário para a continuidade do seu percurso de estudos. Cabe-lhe, também, fazer o mesmo em relação ao que ele ainda não aprendeu, para que invista em intervenções direcionadas às suas necessidades, o mais rapidamente possível, tendo sempre em mente os objetivos de aprendizagens. Continue a ler »“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”