Política de cotas

Incluir os excluídos

 

Reflexão anterior ao texto: a inclusão de estudantes nas universidades por meio de cotas não basta. Eles precisam ser acolhidos com a certeza de que construirão as aprendizagens necessárias à sua vida e ao trabalho que desenvolverão, não importando sua origem. Não há necessidade de serem anunciados como cotistas, para que não recebam este rótulo. Devem ser recebidos com naturalidade e ter ajuda, principalmente dos professores, como merecem todos os estudantes. Todo cuidado é pouco para que não se transformem em “excluídos do interior”, expressão adotada por Bourdieu e Champagne (1998), ao referirem-se ao que aconteceu nas instituições de ensino secundário francês nos anos 50. Elas conheceram uma estabilidade muito grande fundada na eliminação precoce e brutal das crianças oriundas de famílias culturalmente desfavorecidas. Uma das transformações que afetaram o sistema de ensino a partir dos anos 50, relatam os autores, foi a entrada no “jogo escolar” de categorias sociais que, até então, se consideravam excluídas da escola. Depois de um período de ilusão e mesmo de euforia, os novos beneficiários compreenderam, pouco a pouco, que não bastava ter acesso ao ensino secundário para ter êxito. Continue a ler »Incluir os excluídos